quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

RESENHA: SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL


SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL
Internada num hospício por seu odioso padastro, para que sofresse uma lobotomia e ele ficasse com os bens da
família, a jovem Babydoll não aguenta o tranco, e para escapar da terrível realidade, embarca numa espécie de "surto" em que se vê em uma outra realidade, nos arrastando como cúmplices para um mundo de mitologias mistas de delírios visuais.



Nesse mundo com contornos de Rpg, videogame e pesadelo, Babydoll e suas novas amigas são verdadeiras guerreiras, que enfrentam desde samurais de 4 metros, guerreiros zumbis, dragões e androides futuristas, em combates sensacionais e tão  intensos que é preciso reassistir para não deixar passar nada, de tanta ação inventiva despejada na tela, sobrecarregando nossos sentidos, além das confusas idas e vindas da fantasia para a realidade nua e crua.



É como se tudo seguisse uma estrutura de videogame, com missões definidas a serem completadas uma a uma, em vários cenários diferentes.

Um filme de aparente simplicidade, mas que esconde simbolismos e mensagens que somente o mais atento espectador poderia captar (ou, como eu, descobri assistindo aos extras)

O diretor, já conhecido pelo apurado apelo visual, (vide MADRUGADA DOS MORTOS / 300 (Resenha aqui) / WATCHMEN / A LENDA DOS GUARDIÕES) Zack Snyder capricha na história, amarrando as realidades aos poucos, fechando o conto com bastante propriedade.



Diversão garantida, em vários níveis de sensibilidade, podendo assim agradar a uma variedade de gostos.

Eu realmente gostei muito. Recentemente adquiri o Blu-ray com a edição estendida de colecionador e já vi umas 3 vezes. Além de tudo as garotas são lindas! Não dá pra tirar o olho delas, ainda mais em ação! Difícil não se apaixonar pela bela Abbie Cornish (Sweet Pea), verdadeira deusa das coxas, que nem é a personagem principal.

...Puro Banquete visual!

Nota 8

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

RESENHA: 2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO - O FILME, OS LIVROS, AS IDÉIAS...



2001 EM MINHA VIDA

Eu SEMPRE quis ver 2001, Uma Odisséia no Espaço, o famoso "melhor filme de ficção científica de todos os tempos", mas eu tinha apenas 5 anos quando foi lançado e cresci ouvindo curioso, o tema de 2001: ASSIM FALAVA ZARATUSTRA, de RICHARD STRAUSS, e já tinha a música como algo meio "místico", apesar de eu ser um cético/agnóstico de carteirinha. Nas tvs e nos rádios da época, tocava também o BELO DANUBIO AZUL de JOHANN STRAUSS (que estranho: tudo é Strauss, agora?) e diziam que era do famoso filme, mas já era quase anos 80 e cada vez menos passava nos cinemas.

Um dia, anunciou na tv aberta, na Rede Globo, com a chamada mais ou menos assim: "-O homem contra o computador...”.

Então eu assisti somente com isso na cabeça. Não tinha idéia de nada, pois não havia lido ainda o livro de Arthur C. Clarke.

Fui, vi... Terminei de ver...

O QUE FOI AQUILOOOO!!!

De cara, saquei que a idéia era grandiosa demais, com aquele negócio de monólito negro, obviamente algo de origem tecnológica, aparecendo na pré-história entre os homens primitivos.

Fiquei maravilhado com a descoberta de outro semelhante na lua!!!! Fiquei hipnotizado com as imagens poderosas criadas pelos magos dos efeitos visuais. Naves lindíssimas, singrando o espaço, passeios pela paisagem lunar...

E o final? Que viagem mais louca!!! E aquele bebê flutuando no espaço? Que olhar era aquele? Parecia fitar a terra, parecia nos fitar... ARREPIANTE!!!

Cheguei a entender que a viagem da nave Discovery (que parecia um grande espermatozóide) era apenas uma FECUNDAÇÃO DE JÚPITER, e o astronauta Bowman era o "DNA" que gerou aquele bebê cósmico. Tudo engendrado por aliens avançadíssimos e gigantescos, com propósitos obscuros, TALVEZ PARA NOS CONSUMIR!!! Seríamos algum tipo de cultivo ou experiência DELES? (Arrepio, arrepio, arrepio... só de imaginar essas coisas!) Em suma: MANEIRO!!!!!!! (Gíria da época que trago sempre)

Fiquei DIAS pensando loucamente naquilo tudo, naquele filme arrebatador... Mil idéias nunca chegavam a concluir ou satisfazer (soube depois que ESSE era o objetivo daqueles malditos STANLEY KUBRICK e ARTHUR CLARKE, deixar tudo meio vago, sujeito a múltiplas interpretações)

Os criadores queriam mesmo era bombardear os incautos espectadores e deixá-los filosofando o resto da vida, ainda mais naqueles tempos sem Internet...

Mas logo comprei o livro de ARTHUR C. CLARKE e entendi tudo. Adorei cada palavra, mas não houve arrebatamento igual.

Depois comprei sua continuação (2010, Odisséia 2) e quase houve arrebatamento, mas isso é outra resenha.

Mas só entendi 100% dos propósitos dos criadores da saga ao ler MUNDOS PERDIDOS DE 2001, um ótimo livro que achei num sebo, contando os bastidores tanto do filme quanto do livro, que foi escrito EM PARALELO! Isso eu não sabia!

Na verdade o que havia antes era um conto de A. C. CLARKE, O SENTINELA, que serviu de premissa para todo o projeto.

Quem puder (e tiver a sorte de encontrar) leia o livro, que é saborosíssimo, e cheio de inspiradas idéias da genial dupla que não foram para as versões finais da ODISSÉIA.

Ainda curti os livros com as continuações, 2061 e 3001, com desdobramentos muito bacanas, mas nunca mais houve arrebatamento semelhante ao primeiro e ao segundo...

O filme que fizeram de 2010 (O Ano em que Faremos Contato) quebrou bem o galho, pois tem seus momentos, e sempre assisto também. Tive fita, dvd e agora blu-ray. Futuramente terei com certeza "Holo-Cristal-3d-Imersivo" de 2001 e 2010... e do que mais filmarem sobre o tema.

Foi nesse tempo que descambei de vez para a leitura compulsiva de fc (ficção científica). Praticamente zerei toda a obra de ARTHUR CLARKE, que é meu favorito até hoje, mas ISAAC ASIMOV e CARL SAGAN também fizeram minha cabeça.
 

PARA ENTENDER 2001 (SPOILERS!)

Esclarecendo de vez o enredo, para quem não entendeu ainda, vai um resumo rápido (Cuidado! Você pode matar aquele senso quase místico que o filme deixa em nossa mente, apesar de que entender tudo também é maravilhoso!)

1-Na pré-história, um grupo de homens primitivos recebe uma "ajudinha" de uma inteligência superior, na forma de um misterioso bloco de pedra preta, retangular e toda lisa, um monólito negro, que aparece de repente e influencia os homens a lutarem e caçarem, de maneira que possam evoluir, e não se extinguir. Antes eles eram tão apáticos e tolos, que nem matavam os animais para comer. Logo tiveram a boa idéia de usarem ferramentas, e tudo começa a mudar. E assim, num corte de cena de 4 milhões de anos, partimos do porrete e chegamos ao futuro, onde já estamos viajando pelo espaço. G-E-N-I-A-L !!!!!!

2-Numa operação secreta, um grupo de pesquisadores voam até a lua para estudar um misterioso monólito negro (de novo!) que apareceu enterrado numa cratera. A humanidade tem agora a prova que existem (ou existiram) seres extraterrestres! Durante a aproximação, como se o tivessem despertado, o monólito (que está lá por milhões de anos!!!!) emite um fortíssimo sinal de rádio direto para o planeta júpiter. - Forte senso de mistério! O que diabos foi aquilo? Primeiro eu pensei que os astronautas estavam morrendo, já que tentavam tapar os ouvidos e se contorceram durante o guincho agudo do sinal. A mente dá voltas, ao pensarmos que existe algo inteligente que nos acompanha desde nossa origem, e que agora parece ter sido avisado pelo sinal emitido. (Um medo irracional cresce no fundo de nossa mente: o que vem por aí? Uma visita? Uma invasão? Nossos criadores, nossos salvadores ou os donos do matadouro? Medaaaaa! Sozinhos é que não estamos! E não somos tão bam-bam-bans assim, pelo jeito.)

3-Meses depois, acompanhamos uma missão para júpiter, a bordo da nave Discovery, onde dois astronautas e um sábio computador, Hal 9000, aguardam por meses até seu destino, enquanto vemos vários outros astronautas em hibernação, que dormiam profundamente, economizando assim ar, alimentação e energia.

Nessa fase, acompanhamos um drama paralelo, que nada tem a ver com o mistério do monólito. É que o supercomputador quase humano, Hal 9000 parece enlouquecer e resolve eliminar a tripulação, desligando a hibernação e matando logo os que dormiam, e simulando um defeito na antena exterior somente para atropelar um deles e deixar o último sobrevivente, Bowman, preso quase sem ar numa cápsula flutuando no vazio, onde morreria lentamente.

Mas Bowman consegue forçar a entrada na Discovery, e logo vai desligar o computador assassino, em cena memorável.

4-Chegando à órbita de júpiter, sozinho, e sem mais a fazer, já que a missão está comprometida, Bowman resolve arriscar e se aproximar de um monólito (outro!) gigantesco que também estava em órbita. Ele sai com a cápsula e de repente inicia-se a maior viagem da história do cinema, pois perto da superfície lisa do imenso bloco, ele parece entrar num túnel de distorções e cores caleidoscópicas vertiginosas, e POR MUITOS MINUTOS, acompanhamos atônitos aquele mergulho louco, vendo mundos e sóis estranhíssimos, para por fim, pousarmos num ambiente simulando uma casa humana, tipo mansão, onde Bowman parece envelhecer e rejuvenescer, naquela espécie e gaiola cósmico-temporal, até um encontro final com um assustador monólito bem no meio do recinto! Afinal o que seria aquilo? Um ser vivo? Uma espécie de guia, uma máquina-ferramenta de uma tecnologia tão superior que jamais entenderemos o que está a fazer com os humanos? O QUE ELES QUEREM????

Então, num momento mágico indescritível (já que não temos idéia do que está acontecendo), vemos que um bebê-cósmico, bastante semelhante ao próprio Bowman, está em órbita da terra!!!!!!!!

5-É arrepio em cima de arrepio. A coisa toda é de um multissimbolismo monstruoso, E PARECE QUERER NOS DIZER ALGO INDIZÍVEL, que penetra fundo e nos arrebata, mesmo sem entender porra nenhuma!

6-Aí, você percebe que NUNCA MAIS deixará de pensar nesse filme, tamanho o impacto recebido em sua consciência.

7-Ler o livro também é maravilhoso, mas a coisa fica mais explicadinha, complementando "demais" o filme, mas O FILME É O FILME!

-x-

Adoro tanto o filme que sempre o tive em diversos formatos.
Primeiro comprei a trilha sonora ORIGINAL da época, em vinil, que achei num sebo nos anos 80, que guardo até hoje, mesmo sem poder ouvir.

Lembro que quando pedi pro vendedor tocar, ele ouviu um pouco, olhou pro companheiro do lado e depois me olhou lentamente, perguntando em tom amedrontado: - O que pode ser isso, hein?, se referindo à assustadora REQUIEM FOR SOPRANO de GYORGY LIGETI, realmente sinistra demais. Eu ri pra caramba, apesar de ele, obviamente, me achar maluco ou membro de alguma seita maligna.
Mais tarde comprei o a mesma trilha em CD, mas hoje em dia só escuto em MP3 ou FLAC.

Depois eu tive o filme em fita VHS, e anos depois em DVD. Hoje em dia (2013) a tecnologia de ponta é o Blu-ray, que é de uma imagem tão limpa que dá pra ver um MOSQUITO VOANDO NA LUA, ziguezagueando bem em frente ao monólito, (Sério, acho que fui o primeiro a relatar isso. Congelem a imagem em 54:02).

Nem Stanley Kubrick, o magnífico perfeccionista escapou de um erro tão crasso quanto esse. Se bem que, naqueles tempos de baixa definição, ninguém dever ter percebido o Aedes Aegypt Alien, he he he.

...mas O FILME AINDA É O FILME!

Nota 1000 (Para o conjunto da obra)

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domingo, 23 de dezembro de 2012

RESENHA: GLÓRIA FEITA DE SANGUE - PATHS OF GLORY

PATHS OF GLORY - Stanley Kubrick - 1957
França, primeira guerra mundial. No desespero de resolver logo a difícil guerra de trincheiras que se estendia demais, um general totalmente fora da realidade, dá a ordem de uma invasão suicida aos muitos alemães que resistiam com larga vantagem estratégica numa elevação. Previam mais de 70% de baixas, o que é um absurdo, mas imaginavam vitória. Assim houve uma tentativa de ataque, onde dezenas morreram a poucos metros de sua trincheira.

Bem longe, de luneta, o general vê que os soldados recuavam para as trincheiras, temendo a mesma sorte dos que ousaram sair dali.

Totalmente colérico, o general ordena que bombardeiem as trincheiras para "ajudar a empurrar" os homens contra as posições alemãs.

Mais uma vez é frustrado, pois o oficial se nega a obedecer sem um documento assinado pelo general iracundo.

-Se o Sr morrer, como é que eu fico? - Pergunta ele em tom firme.

Assim, devido a precipitação, falta de estratégia e apoio, o ataque falha miseravelmente, e o general precisa "tapar o sol com a peneira" e procurar culpados.

Resolve assim condenar por amostragem (prática comum na França à época) 3 soldados, verdadeiros bodes expiatórios.

Assim, o oficial Dax, interpretado por Kirk Douglas, resolve ser o defensor de tal aberração.

É muito revoltante assistir ao injusto julgamento, onde parece impossível a defesa dos pobres homens.

O filme passa uma mensagem antimilitarista, ressaltando que a grande maioria das vezes, os oficiais são meros homens de ego insuflado e inaptos para tão grande situação limite que é uma guerra daquele porte.

Nem por um momento as vidas dos soldados são respeitadas, sendo tratados como se fossem meros joguetes, peões de xadrez descartáveis. 

Não pretendo publicar Spoilers aqui, mas o final é de nos deixar boquiabertos, tamanha a cegueira/maldade humana demonstrada e filmada com maestria por Kubrick.

Entre as situações limite que imagino, somente a guerra poderia levar os homens a tamanha bizarrice. ODIÊMO-LA, POIS.

Nota 10

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

RESENHA: BLU-RAY SPARTACUS DIGIBOOK






Recebi meu blu-ray em digibook de Spartacus, aquele épico maravilhoso com Kirk Douglas que não vejo a anos.

O formato digibook é perfeito para quem gosta de filmes e livros: É basicamente um livro, muito bem feito, bem ilustrado, até que com bastante texto, e com um disco do filme incrustrado dentro.

PERFEITO! (Bem, talvez devesse ter uma luva para proteger).
Á noite, após o jantar, fui assistir junto com meu filho Eldon, e logo mergulhamos naquele espetáculo audio-visual esplêndido. A imagem do menu caprichado está vibrante, já dando o tom do que vem por aí, com uma seleção de cenas do épico.

O filme abre com solenidade: Uma "overture" somente com a trilha sonora empolgante, enquanto aguardamos uns 4 minutos só "entrando no clima". Dá pra sentir um saborzinho de cinema. Na próxima farei pipocas.

Tudo está divino: O som, a imagem, a história... Não vou entregar o jogo: ASSISTAM! É basicamente a fuga de um escravo/gladiador que desafia o poderio de Roma. Não dá nem pra pensar em parar: a história é absorvente.

No final, lágrima nos olhos, eu disfarçando pra ninguém ver (aquele final... é covardia!), três horas e tanto se passaram e nem sentimos. Sentimos, sim, a pegada genial de Stanley Kubrick, aquele gênio imortal.

SPARTACUS, A SÉRIE:
Recentemente terminei de ver a terceira temporada da série televisiva Spartacus, e gostei também. MAS É OUTRA COISA!

Tem outra pegada, mas me surpreendeu. Tanto que quando eu soube que estavam fazendo a primeira temporada da série, eu ri e disse que era ridículo, e que eu não iria ver, e que quem quisesse saber da saga do personagem, que fosse ver o clássico do cinema.

Mas meu irmão Eduardo disse que valia a pena, me convenceu e fui assistir, e realmente me peguei gostando.

Pra começar, eles meio que homenageiam o filme do Kubrick, pois demonstram que o Spartacus da série é homônimo do antigo Spartacus, que atazanou os exércitos romanos. Daí já comecei a gostar da "humildade" do projeto, e de resto, os caras capricharam mesmo na trama, na violência (e tome mutilações e sangue digital), no sexo e na crueza de tudo, afinal, nos dando uma aula de como era a sociedade selvagem naqueles tempos violentos. Recomendo as três temporadas.

NOTA 10 (Para o filme e para a série)

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