segunda-feira, 23 de setembro de 2013

RESENHA: CRIAÇÃO


CRIAÇÃO - CREATION
Biografia, Drama
País: Inglaterra - 2010
Dir: Jonh Amiel
Com: Paul Bettany, Jennifer Connelly, Benedict Cumberbatch

SINOPSE:
Após sua famosa viagem ao redor do mundo, no lendário navio Beagle, Charles Darwin (Paul Bettany) agora casado e com filhos, vive um dilema quanto a publicar ou não suas descobertas sobre a evolução no seu livro A ORIGEM DAS ESPÉCIES.

Enquanto matura suas idéias de 20 anos e prepara o revolucionário livro, Darwin evita decepcionar sua adorada prima e esposa Emma (Jennifer Connelly), bastante religiosa, já que sua teoria desconsidera e até mesmo invalida partes dos textos sagrados da bíblia, o que nunca foi sua intenção.

Por quanto tempo mais ele vai ficar escondendo do mundo a mais poderosa das idéias?

O drama de Darwin e esposa se intensifica com a doença terminal de sua filha Annie, aumentando mais ainda o distanciamento do casal.

-x-

Interessantíssimo filme, que nos brinda com uma visão de como teria sido a fase pré publicação do "livro que matou Deus", A ORIGEM DAS ESPÉCIES, de Charles Darwin, o "Pai da Evolução".

O ótimo roteiro, baseado num livro de um tataraneto de Darwin, Randal Keynes, mostra um cientista ainda com alguma fé, mas tendo que contestá-la, numa sociedade bastante presa a antigos valores cristãos, em que, por exemplo um padre pode castigar filhos de fiéis, e nenhum questionamento deve ser emitido contra os princípios religiosos vigentes.

Darwin aos poucos é convencido por amigos que sua idéia, de que todos os seres evoluem, é a expressão da realidade, e termina com medo de que outro cientista, (Alfred Russell Wallace), publique uma teoria parecida primeiro que ele, então precisa decidir se lança logo seu livro.

O filme mostra o sofrimento daquela época, quanto às doenças ainda sem cura, e é doloroso assistir ao casal Darwin perder filhos em lenta agonia, o que ajuda a Charles a se posicionar mais duramente contra a religião já abalada.

O filme chega a ser tocante em alguns momentos, lacrimejante até, e ressalta mais o lado humano e simples de Charles Darwin do que seu lado científico, "frio e racional", como seria de se esperar.

Adorei a interpretação de Paul Bettany (parecidíssimo com o Darwin real), que aqui praticamente repete seu papel do naturalista do filme "O MESTRE DOS MARES", resenhado anteriormente no blog. 

Curiosidades:
Paul é casado com Jennifer Connelly.

O livro A ORIGEM DAS ESPÉCIES foi considerado o mais importante do milênio.

No lançamento em 1859, o livro se chamava "SOBRE A ORIGEM DAS ESPÉCIES POR MEIO DA SELEÇÃO NATURAL OU A PRESERVAÇÃO DE RAÇAS FAVORECIDAS NA LUTA PELA VIDA"

Nota 9

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MEU ESTILO DE RESENHAR

MEU ESTILO DE RESENHAR
Eu criei esse blog de resenhas porque eu mesmo sinto falta de textos mais humanos, mais positivos, menos técnicos e entojados, que falem um pouco mais do impacto da obra como um todo, as impressões sentidas, o que tocou, o quanto tocou... Então acho que deve ter muita gente por aí com a mesma carência.

Quero dizer também que somente escreverei sobre o que gostei MUITO, e acho recomendável. Essa é a explicação do porquê de as notas das obras resenhadas serem sempre altas: SUPRA-SUMO, BABY.

Sabe quando um amigo conta pro outro que acabou de assistir um filme maneirão, assim, e assado, e tá louco pra convencer o amigo a assistir também, para depois baterem papo sobre ele? ESSA É A IDEIA! (Mas sem spoilers!)

Eu quero que minhas resenhas sejam divertidas e instrutivas, e que o leitor ao terminar, pense seriamente em ver o filme ou  ler o livro ou gibi.

Obviamente tenho a noção de que gosto é subjetivo e o que emociona uma pessoa não necessariamente emocionará outra. Mas vale a tentativa, afinal todos temos vários "iguais" por aí...

Já se, por azar, perdi tempo vendo algo "meia-boca", jamais perderei tempo falando mal, até porque deve ter quem goste. Ele que convença os outros a ver a chatice.

Como todo mundo, eu acho que tenho bom gosto, mas a diferença é a minha atitude e consciência de procurar postar somente o que acho muito divertido ou emocionante, mesmo sabendo que não se contenta simultaneamente gregos e troianos.

É tão bom ler um bom texto entusiasmado sobre aquele assunto que gostamos! Mesmo que já tenhamos lido o livro, e gostado muito, é sempre muito bom ver outras opiniões positivas.

Sei que é disso que sinto falta quando procuro informação "humana" sobre algum livro, quadrinho ou filme na internet e só encontro "papo frio", geralmente, ou então resumos muito reduzidos, feitos às pressas, e muitas vezes com nariz empinado, dizendo que é tudo fraco ou ruim.

Adoro quando encontro alguém que acabou de ser arrebatado por alguma obra e que esteja destilando em seu texto a tentativa de traduzir suas emoções, em qualquer nível de profundidade.

Vou continuar sempre procurando boas resenhas para ler, e tal, mas agora PRIMEIRO escrevo a minha, DEPOIS leio a dos outros, para não me influenciar.

E assim vai... como tem muita coisa a ser feita de várias categorias, e meu tempo é curto, vou resenhando conforme for assistindo ou re-assistindo, lendo ou relendo no meu ritmo normal de consumidor de cultura.

Leio todo dia, vejo filme ou seriado todo dia, logo, de grão em grão...

Daqui a alguns anos, quando estiver aposentado, aumentarei bastante o ritmo, incluindo até seriados antigos...

Também aposentado, tentarei ler mais livros, o que é um pouco difícil, já que minha vida sempre foi uma maratona de leituras, mas nada me impede de ler algumas horas a mais por dia, após parar de trabalhar (2016-2017?).

Bem, no presente, viajo mais nos inéditos, mas ainda imagino resenhar quando REVER, quando tiver mais tempo a lista abaixo: 

SERIADOS:
OS SIMPSONS, CSI, 24HS, FUTURAMA, THE CLONE WARS, DEXTER, PERSUADERS, THE THUNDERBIRDS, OS NORMAIS, ENTRE TAPAS E BEIJOS, CURTAS DO CHAPLIN, HAROLD LLOYD, BUSTER KEATON, ETC...

HQS:
EPOPÉIA TRI, KRYPTA, THE DARK KNIGHT, O HOMEM SEM MEDO, ELEKTRA ASSASSINA

LIVROS:
SHERLOCK HOLMES (Todos), ARTHUR CLARKE (Todos), ISAAC ASIMOV (Todos)

FILMES:
SAGA STAR WARS, SAGA STAR TREK, SAGA MATRIX, LOTR...

Por isso que sempre digo:
QUERIA VIVER NO MÍNIMO MAIS UNS 300 ANOS...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

RESENHAS: MEGAMENTE


MEGAMENTE - MEGAMIND
Ação, Aventura
EUA - 2010
Dir: Tom Mc Grath
Com Will Ferrel, Jonah Hill, Brad Pitt, Tina Fey

Dois seres alienígenas escapam ainda bebês da destruição de seus respectivos mundos, vindo cair na terra.
O problema é que enquanto um deles é adotado por magnatas numa mansão, e tudo dá certo para ele, virando o herói da cidade, o outro teve o azar de cair numa prisão, e cresceu um odiado supervilão.
Seu ódio pelo herói-escoteiro só aumenta, já que ainda por cima é apaixonado pela bela repórter, sempre salva de suas mãos pelo gostosão voador.
Mas uma surpresa aguarda a todos. Uma não, duas...

-x-

Megamente é uma animação de heróis das melhores que já vi! Está quase à altura do fabuloso OS INCRÍVEIS, e isso não é dizer pouco.

Divertidíssimo do início ao fim, a trama vai ficando melhor e melhor, sem cair na mesmice e sempre surpreendendo.

Morri de rir várias vezes, pois as tiradas de diversos personagens foram bem trabalhadas pela equipe de roteiristas, que fizeram bem o dever de casa.

Mesmo que não se aproveitasse a história, o desenho é repleto de ação, e das boas! É combate de superseres pra lá, ataque e destruição da cidade para cá. Muita correria e cenas hilárias formam o conjunto nota dez dessa joia da animação.

Como não uso notas fracionadas, não posso dar 9.5, então arredondarei para cima, igualando-o com os grandes.
Por ser tão divertido, cumprindo todo o papel possível para uma obra de entretenimento, o filme merece. 

Que venha o MEGAMENTE 2!

Nota 10

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RESENHA: LIVRO O GENE EGOISTA - RICHARD DAWKINS


O GENE EGOÍSTA - THE SELFISH GENE
Richard Dawkins - 1976

SINOPSE:
É um livro sobre ciências biológicas, em termos simples, para aquela pessoa intrigada com assuntos sobre evolução e comportamento.

O autor vai ao âmago da questão de maneira clara e sem rodeios, e com propriedade nos brinda com horas de leitura deliciosa, e extremamente instrutiva.


(Início do prólogo pelo fundador da Sociobiologia, Robert Trivers)
"O chimpanzé e os seres humanos compartilham cerca de 99,5 por cento de sua história evolutiva, no entanto a maioria dos pensadores humanos considera o chimpanzé uma excentricidade malformada e irrelevante, enquanto se vêem a si próprios como degraus para o Todo-poderoso"


(Richard Dawkins)

"Somos máquinas de sobrevivência – veículos robô programados cegamente para preservar as moléculas egoístas conhecidas como genes. Esta é uma verdade que ainda me enche de surpresa. Embora a conheça há anos, parece que nunca me acostumo completamente a ela. Um de meus desejos é ter algum sucesso em surpreender a outros"

Logo de início, Dawkins dá o tom de seu livro, dizendo que o escreveu tendo em mente três leitores imaginários sobre seu ombro: O leigo, o especialista e o estudante


"A Filosofia e as matérias conhecidas como "Humanidades" ainda são ensinadas quase como se Darwin
nunca houvesse existido. Sem dúvida, isto mudará com o tempo. De qualquer forma, este livro não pretende ser uma defesa geral do darwinismo. Em vez disto, ele explorará as conseqüências da teoria da evolução para uma questão específica. Meu propósito é examinar a biologia do egoísmo e do altruísmo."

"Não estou defendendo uma moralidade baseada na evolução. Estou dizendo como as coisas evoluíram."


"Minha própria impressão é que seria muito desagradável viver em uma sociedade humana baseada simplesmente na lei do gene de egoísmo implacável universal. Mas, infelizmente, não importa o quanto deploremos algo, este algo não deixa de ser verdadeiro"


"...se você desejar, como eu o desejo, construir uma sociedade na qual os indivíduos cooperem generosa e desinteressadamente para um bem comum, você poderá esperar pouca ajuda da natureza biológica..."


"...Tentemos ensinar generosidade e altruísmo, porque nascemos egoístas. Compreendamos o que nossos próprios genes egoístas tramam, porque assim, pelo menos, poderemos ter a chance de frustrar seus intentos, uma coisa que nenhuma outra espécie jamais aspirou fazer...."


"Em geral, os machos deveriam ter a tendência a serem mais promíscuos do que as fêmeas. Como a fêmea produz um número limitado de óvulos a uma velocidade relativamente baixa, ela tem pouco a ganhar em ter um grande número de copulações com machos diferentes. O macho, por outro lado, que pode produzir milhões de espermatozoides por dia, tem muito a ganharem ter tantos acasalamentos promíscuos quanto possa conseguir. Copulações em excesso poderão não custar muito, realmente, a uma fêmea, além de um pouco de tempo e energia desperdiçadas, mas não lhe dão nenhum benefício positivo.

Um macho, por outro lado, nunca terá tido copulações em número suficiente, sempre deverá procurar o maior número possível de fêmeas diferentes: a palavra excesso não tem significado para um macho."

"...A noção de fêmeas adiarem a copulação até que um macho mostre alguma evidência de fidelidade a longo prazo poderá soar familiar..."


"Quando uma mulher é descrita em uma conversa, provavelmente sua atratividade sexual, ou ausência dela, será proeminentemente mencionada; isto se dá seja o interlocutor um homem ou uma mulher. Quando um homem é descrito, os adjetivos usados provavelmente nada terão a ver com sexo."


"O que, afinal de contas, é tão especial a respeito dos genes? A resposta é que eles são replicadores"



Está dado o tom do livro. Com essas passagens do prólogo e do capítulo 1, podemos ver qual o grau de alcance das idéias, qual o grau de profundidade e poder de assuntos seminais como biologia, criação e evolução.

Dawkins cuidadosamente inicia se explicando, como que pedindo licença para invadir mentes conservadoras de incautos. Ele realmente não quer ser arrogante nem assustar ninguém. Bem diferente do estilo de seu futuro livro DEUS UM DELÍRIO, quando parece já não ter mais tanta paciência com a má vontade humana para aceitar algo tão básico.

Daí em diante, ele discorre sobre quem foram os REPLICADORES, sobre a "sobrevivência do mais apto", que ficaria melhor, como ele mesmo diz "sobrevivência do estável".

Entra em detalhes sobre as primeiras moléculas a se copiar, sobre os erros ao replicarem-se no caldo primitivo, a competição por elementos nutritivos, a formação da primeira célula, o início da seleção natural cumulativa, enfim a história do gene, do DNA. E por aí vai... sempre muito didático.

Lições importantes para todos os seres que querem entender o processo da evolução, o mais importante de nossas vidas. Quem não seria curioso? Como pode alguém não se interessar?

Idéias como "Fundo de Genes", "Comportamento Altruísta", "Máquina Gênica", "Investimento Parental", vão se clarificando em nossas mentes leigas, deixando tudo menos complexo.

Dawkins usa inúmeros exemplos comuns para explicar idéias aparentemente rebuscadas, mas que afinal são até fáceis de assimilar, tornando cada capítulo mais interessante que o outro.

É maravilhoso como diversos elementos da natureza que não entendíamos, passam logo a serem compreendidos, seja no mundo animal ou no nosso mundo social. Nunca mais olharemos a vida ao redor da mesma maneira...

Pelo menos comigo, reforçou em mim a atitude contemplativa, despertando ou acentuando sensibilidades sutis, que antes passavam despercebidas ao observar o mundo. Dá a maior vontade de escrever, traduzir tudo em música, sei lá! É a ciência estimulando os sentimentos, gerando poesia!


No capítulo 11, Dawkins introduz seu famoso conceito de MEME:

"...A transmissão cultural é análoga à transmissão genética no sentido de que embora seja basicamente conservadora, pode originar um tipo de evolução"


"O gene, a molécula de DNA, por acaso é a entidade replicadora mais comum em nosso planeta. Poderá haver outras. Se houver, desde que certas outras condições sejam satisfeitas, elas quase inevitavelmente tenderão a tornarem-se a base de um processo evolutivo"


"Mas temos que ir para mundos distantes a fim de encontrar outros tipos de replicadores e outros tipos resultantes de evolução? Acho que um novo tipo de replicador recentemente surgiu neste próprio planeta. Ele está nos encarando de frente. Ainda está em sua infância, vagueando desajeitadamente num caldo primordial, mas já está conseguindo uma mudança evolutiva a uma velocidade que deixa o velho gene muito atrás."


"O novo caldo é o caldo da cultura humana. Precisamos de um nome para o novo replicador, um substantivo que transmita a idéia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação. "Mimeme" provém de uma raiz grega adequada, mas quero um monossílabo que soe um pouco como "gene". Espero que meus amigos helenistas me perdoem se eu abreviar mimeme para meme. Se servir como consolo, pode-se, alternativamente, pensar que a palavra está relacionada a "memória", ou à palavra francesa même."


"Exemplos de memes são melodias, idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos. Da mesma forma como os genes se propagam no "fundo" pulando de corpo para corpo através dos espermatozoides ou dos óvulos, da mesma maneira os memes propagam-se no "fundo" de memes pulando de cérebro para cérebro por meio de um processo que pode ser chamado, no sentido amplo, de imitação"


"Quando você planta um meme fértil em minha mente, você literalmente parasita meu cérebro, transformando-o num veículo para a propagação do meme, exatamente como um vírus pode parasitar o mecanismo genético de uma célula hospedeira"


"Considere a ideia de Deus. Não sabemos como ela se originou no "fundo" de memes. Provavelmente originou-se muitas vezes por "mutação" independente. De qualquer forma, ela é realmente muito antiga. Como se replica? Pela palavra escrita e falada, auxiliada por música e arte estupendas."


"...se você contribui para a cultura mundial, se você tem uma boa ideia  compõe uma melodia, inventa uma vela de ignição ou escreve um poema, a ideia poderá sobreviver, intacta, muito tempo após seus genes terem se dissolvido no "fundo" comum. Sócrates poderá ter ou não genes vivos no mundo hoje, como G. C. Williams observou, mas quem se importa com isso? Os complexos de memes de Sócrates, Leonardo, Copérnico e Marconi ainda prosperam."


"...Somos construídos como máquinas gênicas e cultivados como máquinas mêmicas..."


Mas para mim, a frase mais marcante de todo o livro, a que causa mais impacto é:

"Talvez a consciência se origine quando a simulação que o cérebro faz do mundo se toma tão completa que precisa incluir um modelo de si mesma"

Leiam o livro! Na verdade, o assunto "pede" para ser lido em outros ótimos livros de Dawkins, como "O RELOJOEIRO CEGO" e "O RIO QUE SAIA DO ÉDEN", todos best-sellers mundiais.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

RESENHA: VIKINGS, OS CONQUISTADORES


VIKINGS, OS CONQUISTADORES - THE VIKINGS
EUA, 1958
Dir: Richard Fleisher
Com Kirk Douglas, Tony Curtis, Janet Leigh, Frank Thring

SINOPSE:
Após um ataque Viking aos saxões, uma nobre é engravidada pelo chefe Ragnar (Ernest Borgnine).

Anos depois, o menino já adulto Eric (Tony Curtis) precisa enfrentar seu irmão Viking Einar (Kirk Douglas), disputando entre batalhas o amor de uma mesma mulher, a princesa Morgana (Janet Leigh)

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TONY CURTIS É DANNY WILDE, ERR... QUER DIZER... É ERIC, O VIKING.

Famosa história nórdica, já filmada diversas vezes, algumas passaram bastante nos cinemas brasileiro nos anos 70, como a versão italiana "Eric, o Viking" com Giuliano Gemma, cujo trailer vi muitas vezes, junto com os filmes do "Maciste" (um tipo de Hércules), tudo épico spaghetti.

Afinal, a versão americana é muito boa, com um roteiro reto, e bastante ação numa produção razoável, resultando em surpresa para mim, que por anos a fio fiquei sem assisti-lo, e agora digo que gostei do que vi. Valeu meu filho Ariel ter insistido.

Os personagens de Borgnine e Douglas são bastante divertidos, encarnando o espírito guerreiro e baderneiro dos beberrões invasores.

As lutas são bem violentas e criativas, além de bem dirigidas.

O assalto Viking ao castelo inglês no final é muito empolgante, recheado de boas cenas de guerra. O fã de batalhas antigas vai adorar.

Curiosidade: Kirk Douglas e Tony Curtis trabalhariam juntos e também lutando em Spartacus (1960) de Kubrick.

Nota 7

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RESENHA: HITCHCOCK

CLIQUE NA IMAGEM PARA DAR ZOOM

HITCHCOCK
Biografia, Drama
Eua - 2012
Dir. Sacha Gervasi
Com Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Jessica Biel, James D´arcy

SINOPSE:
Alfred Hitchcock, consagrado mestre do suspense, tenta vender seu próximo filme aos estúdios, mas tem dificuldades devido ao estilo sanguinolento do livro em que se baseia, "Psicose", onde um psicótico assassino e enrustido homossexual se traveste da própria mãe, mantida morta numa cadeira.

Paralelamente, Hitchcock suspeita que sua adorada esposa, Alma, o esteja traindo, e sua saúde fraqueja, afetando o andamento do filme.

-x-

Para mim, fã de carteirinha do Hitchcock, o filme é perfeito, por recriar um grande momento da vida do velho mestre.

Achei muito legal ver os bastidores de um dos filmes mais famosos da história do cinema, Psicose, e ainda por cima, ver como surgiram as primeiras idéias, como foi decidido o tema, como escolheram os artistas, como Alma foi importante para a vida de Hitchcock.

É divertido ver (pimenta no dos outros...) o desespero de Hitchcock, quando passa a suspeitar das saídas de Alma com o chinfrim escritor Witfield Cook (Danny Huston).

Legal o filme mostrar que sem Alma, teríamos um Psicose diferente, e quem sabe quantos filmes mais ficaram diferentes também (para melhor), graças às suas intervenções.

Saborosas citações permeiam o filme, e é preciso ficar antenado o tempo todo.
ESSE NÃO PODE SER ANTHONY HOPKINS: MAS É!!!
Aliás, falando dos atores... G-E-N-I-A-L a caracterização de Anthony Hopkins, irreconhecível, como o velho e gordo Hitchcock. Oscar nele!

Também arrasa a sempre eficiente Helen Mirren, a qual sou fã de longa data. Ela passa sinceridade em tudo que faz. Grande atriz!
AS DUAS BELDADES JESSICA BIEL E SCARLETT JOHANSSON NA PRÉ-ESTRÉIA DO FILME

Preciso deixar claro que Scarlett Johansson é uma Janet Leigh MUUUITO mais gostosa! Dá de dez! Ou seja: ficou boa demais da conta! Até mesmo a normalmente boazuda Jessica Biel é eclipsada pela Scarlett.

Mas o que mais impressiona é James D´arcy caracterizado como o falecido Antony Perkins: PERFEITO! O rosto, os modos, os trejeitos... Ressuscitaram o cara! Ficou melhor que a caracterização do Hitchcock de Hopkins! Pena que aparece pouco!
AS BELDADES E O FANTASMA, DIGO, JAMES D´ARCY COMO ANTHONY PERKINS

Após os letreiros, uma pequena surpresa (eu sabia!) para os fãs do mestre do suspense.

Ai, ai! Deu a maior vontade de resenhar logo meus favoritos do Hitch. Preciso revê-los:

Os Pássaros, Janela Indiscreta, Psicose, O Homem Que Sabia Demais, Festim Diabólico, Frenesi, Um Corpo que Cai, Disque M Para Matar, Pacto Sinistro... Todos maravilhosos, todos aulas de cinema!

Nota 7

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

RESENHA: GUERRA MUNDIAL Z


GUERRA MUNDIAL Z - WORLD WAR Z
GUERRA MUNDIAL Z - WORLD WAR Z
Terror, Ação, Aventura
Dir. Marc Foster
EUA - 2013
Com Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz

SINOPSE:
Uma virose ultrarrápida que transforma as pessoas em zumbis violentíssimos, começa a se espalhar no planeta, e um agente especial das Nações Unidas, Gerry Lane (Brad Pitt) é convocado para investigar o provável local da origem da praga.

Seguindo as pistas da doença, ele viaja dos Estados Unidos para a Coréia do Sul, Jerusalém e País de Gales, na esperança de descobrir uma cura, enquanto hordas de monstros dizimam a raça humana, em verdadeiras ondas transbordantes de ataque canibal.

Uma missão aparentemente impossível.


-x-


OBSTINADOS COMO FORMIGAS, SOBEM UNS NOS OUTROS!

Um ótimo "filme de zumbi", prato cheio para quem, como eu, adora o assunto.

Cada vez inventam zumbis mais assustadores nos diversos filmes, mas esses aqui são dos piores que já vi até agora.
A VELOZ E FEROZ MAÇAROCA DE ZUMBIS, ATROPELANDO A TUDO E A TODOS! MANEIRO!

O som dos guinchos é arrepiante (é de alguma mistura de animais, talvez aves...), e é ponto positivo na criatividade dos realizadores, sempre caprichando no que podem, para assustar a galera.

Vai ter muita mulher que além de tapar os olhos, vai ter que dar um jeito e tapar os ouvidos também!

Os efeitos com os personagens digitais em multidão (em ondas!) são muito convincentes, e realmente impressionam o espectador, que boquiaberto certamente jamais viu tais cenas.
ELES VÊM E VÊM E VÊM E VÊM, COMO UMA ONDA...

As sequencias de ação são vigorosas e assustadoras, verdadeira correria com vagalhões de demoníacos zumbis, muita matança e desespero dos pobres mortais que mal podem correr eficientemente e logo morrem, como cordeirinhos entre lobos - SEM CHANCES!

O quanto eu não pagaria para ver os detalhes, um making of completo com filmagens, efeitos, edição, etc.

Talvez o melhor filme de zumbi já realizado. No mínimo fica em pé de igualdade com os melhores.

Nota 10
CARTAZ BRASILEIRO (CLIQUEM E OLHEM DE PERTO E VEJA OS ZUMBIS SUBINDO NOS PRÉDIOS!)

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RESENHA: DVD SHOW LULU SANTOS AO VIVO - MTV - 2004

CAPA DO DVD (INFELIZMENTE NÃO PRODUZIRAM EM BLU-RAY AINDA)

LULU SANTOS AO VIVO, MTV - 2004

Após dois ótimos dvds acústicos, estava fazendo falta o dvd óbvio: Um ao vivo, com todo o esplendor possível do Lulu, sua guitarra e a química com o público. É ROCK & ROLL brasileiro da melhor qualidade, com aquele tempero misto que só o Lulu Santos sabe fazer.

Foi nesse dvd que conheci a techno "Chega de Dogma", que só sei ouvir bem alto. ALUCINANTE!

Agora o próximo passo lógico: UM BLU-RAY da mesma estirpe, porém com imagem e som estrondante.

LISTA DAS CANÇÕES:
1. Condição
2. Toda Forma de Amor
3. Um Certo Alguém
4. O Último Romântico
5. Sincero
6. Adivinha O Quê
7. Tudo com Você
8. Tempos Modernos
9. Sábado a Noite
10. A Cura
11. Apenas Mias uma de Amor
12. Tudo Bem
13. Aviso aos Navegantes
14. Tudo Igual
15. Assim Caminha a Humanidade
16. Já É!
17. Chega de Dogma
18. Descobridor dos Sete Mares
19. Minha Vida
20. Como uma Onda
21. Sem Nunca dar Adeus
22. Casa

Nota 10

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

RESENHA - TINA TURNER - HOLANDA 2009 - BLU-RAY


TINA TURNER 2009

Arrepiante e imperdível show da poderosa Tina Turner!
Gravado na turnê de 2009 na Holanda, Tina canta seus principais sucessos, e mostra que sua voz somente melhora com a idade.

Show a parte, 4 bailarinas lindíssimas, com performances de cair o queixo! Principalmente a mais alta delas, a brasileira Ferly Prado, de longe a que mais chama a atenção.

Sua dança é de corpo e alma, e realizada com tal animação, com tal afetação, que seu rosto se transtorna lindamente, emanando o mais puro prazer.

Nota 10
FERLY PRADO, GATINHA BRASILEIRA
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RESENHA: LIVRO - O RELOJOEIRO CEGO - Richard Dawkins


O RELOJOEIRO CEGO - BLIND WATCHMAKER
A teoria da evolução contra o desígnio divino
Richard Dawkins - 1986

SINOPSE:Um livro importante para quem quer entender melhor os argumentos prós e contras a Teoria da Evolução, única aceita pela ciência para explicar a origem e evolução das espécies na terra.

A teoria de Charles Darwin, de tão poderosa e completa, e hoje totalmente confirmada, mais de uma vez e inclusive pela ciência genética, veio "salvar" muitos ateus, já que agora, indubitavelmente eles têem um argumento "palpável" contra o desígnio divino, coisa que antes ficava somente no disse-me-disse filosófico.

Conforme vemos numa passagem:
Antes de Darwin, um ateu poderia ter afirmado, pautando-se em Hume: "Não tenho explicação para a complexidade do design dos seres vivos. Tudo o que sei é que Deus não é uma boa explicação, portanto devemos aguardar e esperar que alguém avente algo melhor"

O livro é recheado de exemplos práticos, que ajudam à compreensão das idéias mais rebuscadas, onde Dawkins esbanja de analogias interessantes e esclarecedoras.

Não é um livro técnico, e o leitor comum não terá dificuldades de sair dessa imersão como um biólogo evolucionista honorário.

O estrago às religiões é inevitável, já que não dá para ao mesmo tempo considerar as duas hipóteses como verdadeiras. É uma questão de escolha decidir-se por realidade ou ilusão.

Aliás, eu não entendo biólogo religioso, ou padres que alegam terem "estudado" biologia, além de teologia. NÃO TEM NADA A VER... e nada se pode fazer quanto a isso. Fica o mistério... de Darwin para Freud.

Adorei toda a parte sobre a eco-localização dos morcegos e de outros animais, que também desenvolveram paralelamente poder parecido, graças às mesmas condições de escuridão e consequente impedimento de usar a visão por luz. Interessantíssimo mesmo!

O livro entra em detalhes do desenvolvimento dos olhos, onde a explicação darwiniana satisfaz a todos os aspectos, em detrimento de qualquer outra teoria.

Algumas passagens que me chamaram a atenção.

"...A seleção natural é o relojoeiro cego, cego porque não prevê, não planeja conseqüências, não tem propósito em vista. Mas os resultados vivos da seleção natural nos deixam pasmos porque parecem ter sido estruturados por um relojoeiro magistral, dando uma ilusão de desígnio e planejamento. O propósito deste livro é resolver esse paradoxo de modo satisfatório para o leitor..."

"...Como um órgão tão complexo poderia ter evoluído?" Isso não é um argumento, é apenas uma expressão de incredulidade. A meu ver, essa incredulidade intuitiva que tende a existir em todos nós em se tratando do que Darwin denominou órgãos de extrema perfeição e complexidade tem duas razões. Primeiramente, não somos capazes de uma apreensão intuitiva do vasto tempo à disposição da mudança evolutiva. Muitos céticos a respeito da seleção natural estão dispostos a aceitar que ela é capaz de introduzir pequenas mudanças, como a cor escura que evoluiu em várias espécies de mariposas a partir da revolução Industrial..."

É mágico entendermos que depois que as paredes e chaminés escureceram com a fuligem do carvão produzida pela revolução industrial, a seleção natural, apesar de uma ajuda artificial, eliminou as mariposas de cor clara, simplesmente porque elas não mais conseguiam se esconder de seus predadores, deixando o domínio para as de cor escura. É ASSIM QUE A EVOLUÇÃO FUNCIONA, MINHA GENTE! E tudo isso num tempo curtíssimo! Imaginem essas forças agindo em BILHÕES DE ANOS?

Dawkins nos relata suas "brincadeiras" com um programa que ele mesmo desenvolveu para simular a aleatoriedade das mutações e o consequente impacto nas gerações futuras de seu mundinho virtual, imprimindo interessantes formas evoluídas, os biomorfos, numa parábola do que acontece em escala muito maior.

Mais adiante, temos interessante citação de Darwin: (em A origem das espécies)

"Se fosse possível demonstrar que existiu algum órgão complexo que não poderia absolutamente ter sido formado por numerosas e sucessivas modificações pequenas, minha teoria cairia por terra."

E continuando com Dawkins:

"Cento e vinte e cinco anos depois, sabemos muito mais a respeito dos animais e plantas do que Darwin sabia, e ainda assim não conheço um único caso de um órgão complexo que não pudesse ter sido formado senão por numerosas e sucessivas modificações pequenas"


Sexo e altruísmo, Feedback positivo, Puntuacionismo, taxonomia, cladismo, neutralismo, mutacionismo, teoria lamarckiana, criacionismo... Darwin nos leva a todos os raciocínios, nos deixando realmente familiarizados com o que há de pertinente para o melhor entendimento da realidade.

Ficamos cônscios que a única explicação para a vida na terra não é nada mais que a replicação com mutação aleatória cumulativa no decorrer de bastante tempo.

Ficamos com a verdadeira noção do tempo abismal que leva para que todo o processo seja possível, para que, por exemplo, um (quase perfeito) olho seja formado, esvaindo-se de vez, para o leitor incauto, qualquer idéia de criação pronta.

Nas palavras de Dawkins:

"Domesticar" o acaso significa dividir o muito improvável em pequenos componentes menos improváveis organizados em séries.

Não importa quanto seja improvável que um X possa ter surgido de um Y em um único passo, sempre é possível conceber uma série de intermediários infinitesimalmente graduados entre eles.

Por mais improvável que uma mudança em grande escala possa ser, mudanças menores são menos improváveis.

E, contanto que postulemos uma série grande o bastante de intermediários em uma graduação suficientemente pequena, seremos capazes de derivar qualquer coisa de qualquer outra coisa, sem invocar improbabilidades astronômicas.

Temos permissão para fazer isso somente se houver decorrido tempo suficiente para encaixar todos os intermediários.

E também somente se houver um mecanismo para guiar cada passo em alguma direção especifica; caso contrario, a seqüência de passos se extraviará numa interminável caminhada aleatória."
A RAZÃO ESPERA POR VOCÊ!

Quem é contra a teoria da evolução, é porque não a entendeu, e geralmente acha logo que ela se baseia em que "é tudo aleatório", o que não é verdade.

Quem não se interessar em entendê-la, estará condenado a pensar errado para sempre.

LEIAM!